// Postado Por: tiago~* //: terça-feira, 1 de outubro de 2013


Não tenhamos dúvidas num pequeno detalhe: setembro foi o mês do futebol nos videojogos. No entanto, a maioria dos jogadores já tem uma pequena ideia do que esperar dos dois colossos do futebol digital, mas não das duas versões de Inazuma Eleven 3. Por um lado, este título não teve uma divulgação tão forte como os outros dois títulos da Electronic Arts e da Konami, nem tem como objetivo atingir o mesmo público que joga FIFA ou PES. Os apreciadores de Role Playing Games, nomeadamente os que o fazem em portáteis da Nintendo, são os que devem ter noção desta nova entrada na série. A Level-5 não pretende dar aos jogadores uma excelente experiência de futebol, mas antes uma história tocante inspirada no desporto rei.

Após ter salvo o seu país da crise, ganhando o campeonato nacional japonês, Mark Evans, personagem principal da série, e os seus companheiros regressam para uma nova aventura no mundo do futebol. Agora, o protagonista tem de contar com os melhores jogadores, tanto amigos como rivais, para formar a equipa Inazuma National e vencer o campeonato mundial para jovens desportistas, o Football Frontier International.

O arco narrativo de Inazuma Eleven 3 centra-se no guarda-redes Mark Evans e os seus companheiros de equipa. A história arranca muito lentamente, mas a cada novo desenvolvimento a aventura vai-se tornando cada vez mais interessante. A Level-5 serve-nos a narrativa por capítulos, com cada vez mais mistério e drama por detrás de cada uma das vidas moldadas pela experiência com este desporto apreciado por todo o mundo. Como já é normal em RPGs vindos do oriente, o tema da amizade e cumplicidade entre cada uma das personagens está presente. Conhecerão pequenas histórias de cada um dos jogadores da Inazuma National graças à perseverança de Mark para descobrir e resolver os problemas dos outros para o bem da equipa. Com tantas micro-narrativas secundárias a Level-5 poderia facilmente perder-se e deixar o jogador confuso, porém isso nunca acontece. Se há algo que consegue fazer bem é deixar-nos ainda mais envolvidos e entusiasmados com o que poderá acontecer nos próximos capítulos da história.

Não se deixem enganar pela forte influência do futebol no jogo, este é um RPG. E talvez por isso, nas primeiras vezes que toquei na bola para umas partidas, as mecânicas não me deixaram satisfeito. Principalmente, porque o jogo depende demasiado na aleatoriedade. Mas primeiro vou-vos explicar como é que se processam os jogos.

Existe dois tipos de jogos: partidas de quatro contra quatro e as os habituais jogos com a equipa completa. O único detalhe que os diferencia é que para vencer o primeiro apenas temos de cumprir um objetivo - recuperar a posse da bola ou ser o primeiro a marcar -, o segundo rege-se pelas normas a que já estamos familiarizados, ou seja, quem marcar mais golos ganha. O “stylus” aqui assume todos os comandos. Pressionem num jogador para passar a bola, deslizem o stylus para delinear uma trajetória de corrida e rematem quando selecionarem a baliza do adversário. Porém, sempre que se cruzarem com um adversário ser-vos-á pedida a escolha de uma entre três opções defensivas ou ofensivas. Uma delas é composta por habilidades especiais, verdadeiros poderes para vencer o adversário em variadas situações. No entanto, recorrendo ou não aos poderes especiais, estamos sempre dependentes da aleatoriedade do jogo. Tanto podemos marcar um golo de forma simples sem as habilidades especiais, como podemos falhar se as usarmos. Não existe forma de antever estas ações, mas é sempre preferível usar os poderes sempre que possível.

Inazuma Eleven 3 é na sua essência um RPG onde terão de evoluir as vossas personagens e a equipa de uma forma geral para obter o melhor rendimento para as partidas principais. Os pontos de experiência são obtidos através de jogos aleatórios de quatro contra quatro, que quando cumpridos dão experiência, novos jogadores e novas habilidades quando atingirem um certo nível. As partidas são simples e muito rápidas, servem bem para um pequeno intervalo na história, antes de se colocarem novamente rumo ao vosso objetivo. A componente Role Playing está profundamente desenvolvida, mas arranca bastante devagar até terem um leque de opções abrangente. Para terem uma pequena ideia, podem contratar mais de 2200 jogadores e técnicas especiais.

O problema da aleatoriedade estende-se igualmente a algumas caraterísticas técnicas do jogo. Normalmente a ação passa-se quase sempre no ecrã inferior recorrendo maioritariamente a animações básicas ou a brilhantes desenhos animados em anime, que vão entregando a história em pequenas porções. O que me incomoda, no entanto, é que nunca sabemos quando é que os desenhos animados vão aparecer. Quando menos os espero, aparecem do nada. Infelizmente, a vocalização das personagens sofre do mesmo mal. O jogo entrega os diálogos em caixas de texto, mas às vezes podemos ouvir as vozes das personagens, em momentos que não conseguimos prever quando vão acontecer. No que toca à música, não há nada de negativo a referir. Esta tem sempre o tom certo no momento certo.

Como já devem saber,Inazuma Eleven 3 estará nas lojas em duas versões diferentes: Lightning Bolt e Bomb Blast. As diferenças não são muito significativas, mas cada uma oferece pequenos exclusivos: uma narrativa extra - uma com Paolo Bianchi e outra com Hector Helio -, novos jogadores e adversários.

A longevidade é bastante extensa como seria de esperar num RPG. Ainda podem adicionar partidas multijogador local e a transferência de jogadores entre as duas versões para estender o tempo que poderão passar com Inazuma Eleven 3. A Level-5 esmerou-se na história, já na jogabilidade nas partidas desenroladas no relvado não posso dizer o mesmo. No entanto, se quiserem desfrutar de uma boa narrativa num género normalmente ausente de uma, Inazuma Eleven 3 não desaponta.




Fonte:VideoGamer Portugal

A próxima análise será da versão "Bomb Blast" escrita por Henri nosso postador que adquiriu o jogo.

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